Catiri Mergulha no Caos Digital: Provedora de Internet Abandona Favela Após Ataques do Tráfico

Como havíamos alertado em primeira mão, a situação na comunidade do Catiri atingiu um novo e alarmante patamar. O que era uma interrupção pontual se transformou em um cenário de isolamento digital completo. Após uma série de ataques violentos e incessantes promovidos por traficantes do Comando Vermelho, a empresa responsável pelo fornecimento de internet na favela anunciou sua retirada definitiva da região. Moradores agora se encontram totalmente desconectados, sem qualquer perspectiva de acesso à rede em um futuro próximo.

A escalada da violência e a audácia dos criminosos levaram a provedora a tomar a drástica decisão de cessar todas as suas operações dentro do Catiri. Essa medida, embora compreensível do ponto de vista da segurança da empresa e de seus funcionários, deixa centenas de famílias em uma situação de vulnerabilidade ainda maior. A internet, que hoje é um serviço essencial para trabalho, estudo, comunicação e até mesmo acesso a informações básicas, tornou-se um luxo inalcançável para os moradores do Catiri.

Para agravar ainda mais o drama, relatos indicam uma ironia cruel na atuação do poder público. Os bloqueadores de sinal instalados nos presídios da região, que deveriam coibir a comunicação de criminosos dentro das cadeias, parecem funcionar apenas “do lado de fora”. Essa ineficácia expõe uma falha gritante na estratégia de segurança pública, onde as ferramentas destinadas a combater o crime acabam impactando negativamente a vida de cidadãos comuns, enquanto os verdadeiros alvos continuam a agir impunemente. O resultado é devastador: ninguém mais terá acesso à internet dentro do Catiri, criando um verdadeiro vácuo de comunicação e informação.

Diante de tal cenário, é inevitável questionar a capacidade de gestão e controle das autoridades. Este episódio no Catiri é um tapa na cara da sociedade e um atestado de falência da política de segurança pública no Rio de Janeiro. Se o Estado não consegue garantir o funcionamento de um serviço básico como a internet em uma comunidade como o Catiri, que é relativamente menor, como esperar que ele domine áreas maiores e mais complexas, dominadas por facções criminosas há décadas? A inércia e a aparente impotência dos políticos e do Governo do Estado em proteger seus cidadãos e garantir serviços essenciais são motivos de profunda indignação e preocupação. A comunidade do Catiri se torna, assim, mais um triste exemplo da falha do poder público em assegurar o mínimo de dignidade e cidadania para seus moradores.

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